Dias que vais girar fora de orbita

Numa dança de velório do que eu fiz por matar
O meu raiar não te alcança agora
Nem o teu prateado me faz sorrir
Não sei se te assusto mais do que me assusto a mim mesmo
No destrutivo de mente que me corroi
No olhar no vazio onde já te vi
Por mais que me encolha ha sempre algo a destapar este caminho
A vontade de berrar para ti
E não conseguir ouvir a tua voz
Quero me levantar mas não te ouço
Quero sair mas não te ouço
Quero me levantar...quero me levantar
Mas não a mais vozes nem sonhos
Orbito então nesta vida de compassos pequenos
No rasgo vagaroso de luz em tons de suspiros doces
Preso que nem uma concha no mar
E ecoar dias felizes numa qualquer praia
Preso no nevoeiro de memorias
Aguardo o teu passar por mim
E abrigo me apenas da chuva que me sai do olhar
Nesta orbita tão enorme quanto este amor
Uma maratona de esperança caida em sonhos macios
Num chão de cobalto frio em jeito de laminas
Apenas ....até a tua nova fase lua prata