No avançar do calendário perco tudo que fui
Na ansiedade de te esperar
Despejei fora tudo que me fazia sereno
Apenas vive em vim agora este animal
Num conflito de delírios
Já nem sabe de onde vem a luz ou a calor
Combate contra tudo que eu lutei
Preso num intervalo temporal que nunca existiu
Se voltar a ti em sonhos
Não mais serei eu mas sim um escultura
Fria gélida negra
Sem alma sem corpo sem vida
Indiferente ao mundo ...indiferente a ti
Pois se não te posso ter
Então mais me vale morrer
Dar lugar a este ser que já fui um dia
Não adianta lutar ...ele é mais forte do que eu
Eu so existo em ti ...por ti criado
No teu mundo vivo...no teu mundo eternamente constante
Onde nada muda ... não há nele lugar para mim
E tal como a primavera morro no calor do sol
Fica então este ser ...que vive fora do teu mundo
Num mundo meu ... como eu ...
Frio negro indiferente ao teu luar